Bert Hellinger desenvolveu seu método a partir de observações empíricas, fundamentadas em diversas formas de psicoterapia familiar, dos padrões de comportamento que se repetem nas famílias e grupos familiares ao longo de gerações.
Esse filósofo deparou-se com um fenômeno descortinado pela psicoterapeuta americana Virginia Satir nos anos 70, quando esta trabalhava com o seu método das “esculturas familiares”: que uma pessoa estranha, convocada a representar um membro da família, forma exata, sintomas físicos da pessoa a qual representa, mesmo sem saber nada a respeito dela.
Esse fenômeno, ainda muito pouco compreendido e explicado, já havia sido descrito anteriormente por Levy Moreno, criador do psicodrama. Algumas hipóteses têm sido levantadas também utilizando-se da teoria de evolução dos “campos morfogenéticos”, formulada pelo biólogo britânico Rupert Sheldrake e apoiando-se em conceitos da Física Quântica como, por exemplo, a não localidade[1].
Hellinger propôs a existência de uma “consciência de clã” por ele também chamada de “alma” no sentido de algo que dá movimento , que “anima”. Esta se norteia por uma organização, que ele denominou de “ordens do amor”, e demonstrou a forma como essa consciência nos enreda inconscientemente na repetição do destino de outros membros do grupo familiar. Essas ordens do amor referem-se a três princípios norteadores:
1 – a necessidade de pertencer ao grupo ou clã
2 – a necessidade de equilíbrio entre o dar e o receber nos relacionamentos
3 – a necessidade de hierarquia dentro do grupo ou clã
As ordens do amor são forças dinâmicas e articuladas que atuam em nossas famílias ou relacionamentos íntimos. Percebemos a desordem dessas forças sob a forma de sofrimento e doença. Em contrapartida, percebemos seu fluxo harmonioso como uma sensação de estar bem no mundo.
Essas forças que vinculam os membros da familia, incluindo gerações muito distantes, não apenas por herança genética, mas por laços de amor e lealdade invisíveis que buscam tentativas de reparação em busca de equilíbrio através de uma “consciência coletiva comum”.
Esta consciência coletiva busca equilíbrio gerando compensações sistêmicas, exigindo a reparação de injustiças cometidas dentro do sistema ou por representantes dele (nos casos de danos provocados a outrem); nesta “reparação” membros da geração atual são levados inconscientemente a “tentar resolver” situações e/ou a completar tarefas que ficaram pendentes nas gerações anteriores.
Através da dinâmica da constelação, se revela o padrão oculta do sistema familiar. Onde pode-se observar , as tensões, conflitos, vínculos e repetição de destinos trágicos ou difíceis. Quando trazido à consciência, o problema em estudo pode ser analisado em uma perspectiva sistêmica e conduzido à cura.